Durante este período, o noviço se aprofunda nos mistérios da religião.
Esta iniciação exige uma série de banhos cerimoniais,inclusive com o sangue de animais sacrificados. Diz-se que a pessoa "está no santo" quando seu Orixá protetor se apossou de sua consciência, dela só se afastando mediante o ritual do "despacho de santo", este realizado pelo Babalorixá, Yalorixá ou por um filho mais velho e experimentado. Diz-se então que o noviço "está feito": é "filho-de-santo".
A partir daí é uma aprendizagem contínua: a aquisição de conhecimentos é uma experiência progressiva,iniciática, possibilitada pela absorção e pelo desenvolvimento de qualidades e poderes pessoais. A aquisição de tais conhecimentos só é efetiva se houver contato constante com o sagrado.
O Batuque se diferencia de outras religiões porque o indivíduo aprende pela observação direta, o que pressupõe sua presença a prática ritual. Dentro de algum tempo, após cumprir todas as etapas da iniciação e de ter recebido todos os "Axés": o direito e poderes para "olhar os Búzios" e para cortar (sacrificar animais segundo o ritual) o filho-de-santo "pronto" pode estabelecer-se com casa de culto própria, da qual será o Babalorixá ou Yalorixá.
O cumprimento de cada uma destas etapas, se de um lado confere prestígio,direitos e privilégios junto á comunidade batuqueira, de outro, corresponde a obrigações e comprometimentos cada vez maiores com o sagrado.
O filho-de-santo desde a iniciação até o fim da vida fica ligado ao seu Orixá por laços muito rigorosos de obediência e cultos, não só por interesse de receber do Orixá as graças e a proteção desejada, mas também para evitar castigos e as penas por ele impostas ao seu filho que não procede com correção ou negligência os deveres religiosos. Além disso, o "filho-de-santo" deve estrita obediência a seu"Pai" ou "Mãe-de-Santo", subordinação esta tão extensa que atinge até a conduta fora da casa de religião.
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